Abertura

Instituto comemora com seu orador a consagração do Prêmio Camões

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Foto: O Globo

O Instituto recebeu, com júbilo, a notícia do agraciamento de seu orador, Alberto da Costa e Silva, com o Prêmio Camões – a mais importante láurea da língua portuguesa.

Diplomata, ensaísta, historiador e poeta, Costa e Silva é o 11º brasileiro a ser distinguido com o prêmio e o 1º do Instituto a recebê-lo.

Nascido em 1931, em São Paulo, iniciou sua carreira no Itamaraty em 1957, tendo servido em Lisboa, Caracas, Washington, Madri e Roma e participado de inúmeras missões no continente africano. Como embaixador, representou o Brasil na Nigéria, Benin, Portugal, Colômbia e Paraguai.

Autor de mais de 25 obras de poesia, memória e história, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras e membro do PEN Clube do Brasil, ingressou no IHGB em 2002 como sócio honorário, passando a titular em 2008. Eleito orador em 2012, foi reconduzido no corrente ano. É membro também da Academia Portuguesa da História.

Considerado o maior dos africanólogos brasileiros, livros seus como A enxada e a lança: a África antes dos portugueses (1992), A manilha e o libambo: a África e a escravidão (2002), Um Rio chamado Atlântico (2012) e Imagens da África (2013) situam-no, como bem pontuou Afonso Romano de Sant’Anna, como um “autor-ponte” entre Portugal, Brasil e África.

Sua produção poética é igualmente notável, valendo destacar, entre outros,O parque e outros poemas (1953), Livro de linhagem (1966), As linhas da mão (1978) (Prêmio Luísa Cláudio de Souza, do Pen Club do Brasil), A roupa no estendal, o muro, os pombos, (1981) e Ao lado de Vera, 1997 (Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro).

Ensaísta, deteve-se nas figuras de Guimarães Rosa e Castro Alves e em temas ligados às artes (O Quadrado Amarelo); memorialista, deu-nosEspelho do Príncipe e foi também o organizador de antologias sobre poesia brasileira e portuguesa, além de coletâneas sobre lendas do índio brasileiro e os poemas de amor de Camões.

O Instituto, que se orgulha de tê-lo em seu quadro social, dedica-lhe a presente edição de seu Noticiário, nesta hora em que bem se realiza o que, um dia, cantou em seu poema: “As flores que apenas sonhamos em frutos se tornaram”.

Administração

Representando o Instituto

– Sessão Comemorativa, no dia 13 de maio, do 120º aniversário de fundação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – o 1º vice-presidente Victorino Chermont de Miranda.

– Sessão Comemorativa, no dia 14 de maio, do 177º aniversário de fundação do Real Gabinete Português de Leitura – o presidente Arno Wehling.

Atos do Presidente

– Edital nº 2/14, de 28 de maio – Declara aberta a vaga no quadro de sócios honorários brasileiros em decorrência do falecimento do sócio Fernando Segismundo Esteves.

Atividades de Maio
7 15h CEPHAS com as comunicações: Migalhas à biografia de Hipólito José da Costa, por Gonçalo Mello Mourão, Novas linguagens para a História: transformações mediadas pela tecnologia digital, por Alfredo Matta, e apresentação e lançamento do livro Dom Pedro II na Alemanha: uma amizade tradicional, por Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança.
14 15h Sessão em homenagem ao centenário de nascimento de Francisco de Assis Barbosa – por Marcos Veneu, Eduardo Silva e José Almino de Alencar.
21 15h CEPHAS com as comunicações: Acesso do Pensamento Diplomático Brasileiro aos grandes mercados editoriais dos países formadores de opinião, por Sergio Moreira Lima, Memória e estratégia de comemoração: o Gabinete Português de Leitura e o Tricentenário de Camões (1880), por Fabiano Cataldo, e apresentação e lançamento do livro O Momento da Inquisição, por Sonia Siqueira.
28 15h CEPHAS com as comunicações: Jerônimo de Albuquerque Maranhão e a fundação da cidade de São Luís, por Paulo Fernando de Albuquerque Maranhão, e apresentação e lançamento do livro Francisco Julião: uma biografia, por Cláudio Aguiar.
Programação de Junho
4 15h CEPHAS com as comunicações: O Presidente, a Santa Cruz, os Cirineus e o Estado Laico da República Brasileira: É Prudente?, por Rogéria de Ipanema, A roupa nova do Imperador D. Pedro I e Dona Leopoldina em trajes de grande gala, por Maria Cristina Volpi, e apresentação e lançamento do livroArgumentos: Ensaios de História e Sociologia, por José Arthur Rios.
11 15h CEPHAS com as comunicações: Os escritos de Manuel de Araújo Porto Alegre sobre cidades (1844-1853): temporalidades e sedimentações, por Priscilla Peixoto, e apresentação e lançamento do livro A Vila de Santo Antônio de Sá e o Convento de São Boaventura: Arqueologia, Memória e Patrimônio, por Maria Beltrão.
18 e 25   Não haverá sessão da CEPHAS.
Estatísticas

Frequência de consulentes: 192.

Corpo Social

Notícias de Sócios

Alberto da Costa e Silva realizou conferência, na ABL, sobre o centenário de Augusto dos Anjos. Dia 6.

Aniello Avella foi eleito membro correspondente da Academia Brasileira de Arte.

Arno Wehling proferiu conferência, no PEN Clube do Brasil, sobre “Silvio Romero- intérprete do Brasil”. Dia 14.

Candido Mendes assina, em sua coluna em O Globo, artigo intitulado “De volta ao justiçamento selvagem”, a propósito do ocorrido em Guarujá, SP. Dia 21.

D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança proferiu palestra sobre “Uma princesa entre a Corte e o mato – Thereza da Baviera” no Instituto Histórico de Petrópolis. Dia 5.

Cybelle de Ipanema foi entrevistada pelo jornal O Globo e Extra Ilhasobre o Dia das Mães. Dia 4.

Fernando Henrique Cardoso promoveu, no iFHC, em São Paulo, o Seminário “Alternativas para a América Latina em tempo de escolhas”, reunindo ex-chefes de governo ibero-americanos. Dia 14.

Francisco de Assis Barbosa (†) foi homenageado com mesa-redonda, na ABL, coordenada por Alberto Venancio Filho, pelo transcurso de seu centenário de nascimento, da qual participaram Alberto da Costa e Silvae Sergio Paulo Rouanet. Dia 15.

Guilherme Gomes da Silveira d’Ávila Lins realizou conferência, no XV Conclave da Federação Brasileira das Academias de Medicina – FBAM, sobre “Médicos e Medicina no Brasil dos primeiros séculos”. Dia 16.

João Eurípedes Franklin Leal ministrou uma Ofi cina de Paleografia no Arquivo Nacional. Dia 20.

D. João de Orleans e Bragança assina, no Estado de S. Paulo, artigo intitulado “Postura, senhores”, acerca da falta de ética que vem imperando na política. Dia 16.

José Almino de Alencar evocou a figura de Lima Barreto em sua coluna no Jornal do Commercio do Recife. Dia 26.

José Arthur Rios foi o entrevistado do ciclo “Encontro com o Escritor”, de maio, no PEN Clube do Brasil. Dia 21.

José Murilo de Carvalho tomou posse como membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Dia 17.

Luiz Alberto Moniz Bandeira foi agraciado pelo Duque de Bragança com a Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, no grau de cavaleiro.

Maria Beltrão dirigiu a 32ª expedição do Projeto Central, destinado a aprofundar as escavações do sítio arqueológico Toca da Esperança, na Região Arqueológica Central, na Bahia. Dias 18 a 29

Mary Del Priore participou dos Encontros realizados em maio, na Casa do Saber, de O Globo, sobre o tema “Uma história das mulheres no Brasil”.

Maurício Vicente Ferreira Junior realizou, no Museu de Capodimonte, palestra sobre a imperatriz Teresa Cristina e, em Roma, participou de mesa-redonda, no Instituto Nacional de Artes Gráficas, do Ministério de Bens e Atividades Culturais da Itália, sobre “As viagens de d. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo”, cujo conjunto documental acha-se inscrito no Registro Internacional do Programa Memória do Mundo da UNESCO.

Pedro Vasquez participou do III Encontro Pensamento e Reflexão na Fotografia, realizado no Museu de Arte e do Som – MAS, em São Paulo. Dias 22 e 24

Sérgio Paulo Muniz Costa discutiu, em artigo no Diário do Comércio, de São Paulo, os efeitos das políticas de transferência de renda no Brasil. Dia 22.

Roberto Cavalcanti de AlbuquerqueArno Wehling e Vamireh Chacon participaram da mesa-redonda “A Civilização da Renascença, primavera do humanismo moderno – lições para o Brasil de amanhã”, do XXVI Fórum Nacional, do Instituto Nacional de Altos Estudos – INAE. Dia 14.

Roberto DaMatta, em artigo intitulado “Futebol e cosmologia”, em O Globo, analisou significação profunda dos jogos para além do simples enfrentamento no campo. Dia 21.

Vasco Mariz proferiu o discurso de recepção do maestro e compositor Ricardo Tacuchian na Academia Brasileira de Arte. Dia 26.

Destaque na Imprensa
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Foto: O Globo

O destaque do mês na imprensa ficou para D.Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança por sua entrevista à seção “Conte algo que não sei”, de O Globo, de 15 de maio.

De passagem pelo Rio de Janeiro, onde lançou, em 7 de maio, seu mais recente livro Dom Pedro II na Alemanha: uma amizade tradicional, D. Carlos falou sobre sua vida e sobre a proposta de seu livro: descrever as relações de D. Pedro II com a Alemanha, por ele visitada quatro vezes, mas ainda não abordada pela historiografia.

Cáustico, não se furtou de chamar a República de “golpe de Estado”, elogiou o zelo do imperador com a coisa pública e disse não acreditar no velho mote de o Brasil estar sempre à beira do abismo. “Por pior que o governo seja, o Brasil caminha. Ele é maior”, concluiu.

Posse de Sócio
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Foto: Ivanoé

Em sessão administrativa, no gabinete da presidência, foi empossado como sócio honorário Manoel José de Miranda Neto, eleito na AGE de 12/12/12.

Cumpridas as formalidades estatutárias, o empossado recebeu a insígnia acadêmica de sua esposa Sally Miranda e as “boas vindas” do presidente Arno Wehling. Em breves palavras, agradeceu sua eleição, o incentivo recebido de sua mulher e reafirmou o empenho de colaborar nas atividades do Instituto.  

Instituições

Esta seção volta nas próximas edições.

Outras Notícias

Livros Recebidos

AGUIAR, Cláudio. Francisco Julião : uma biografia. 1. ed. Rio de Janeiro :Civilização Brasileira, 2014. 853 p.

AITA, Carmen. 1923 : Rio Grande do Sul : diário da revolução. 1. ed. Porto Alegre : Laser Press Comunicação, 2013. 200 p.

BELTRÃO, Maria. A Vila de Santo Antônio de Sá e o Convento de São Boaventura. Rio de Janeiro : Casa da Palavra, 2014. 160 p.

BERWANGER, Ana Regina ; LEAL, João Eurípedes Franklin. Noções de paleografia e de diplomática. 4. ed. Santa Maria : Universidade Federal de Santa Maria, 2012. 124 p.

CANDIDO, Mariana Pinho. An African slaving port and the Atlantic world : Benguela and its hinterland. Cambridge : Cambridge University Press, 2013. xiii,366 p.

CANDIDO. Mariana Pinho. Fronteras de esclavización : esclavitud, comercio e identidad em Benguela : 1780-1850. México: El Colégio de México, 2011. 272 p.

CROSSING memories. : slavery and African diaspora. Edited by Ana Lucia Araujo, Mariana P. Candido and Paul Lovejoy. Trenton : Africa World Press, 2011. 297 p.

HURRELL, Andrew James. The quest for autonomy : the evolution of Brazil’s role in the international system, 1964-1985. Brasília : Fundação Alexandre de Gusmão, 2013. 470 p.

KHLIÉBNIKOV, Vielimir. Eu e a Rússia : poemas. Seleção, tradução e notas Marco Lucchesi. Rio de Janeiro : Bem-Te-Vi. 2014. 80 p.

MEDEIROS, Ivoncísio Meira de. Contando histórias ... : (ensaios históricos e biográfi cos). Natal : Fundação José Augusto, 2014. 218 p.

SILVA, Maria Beatriz Nizza da (Coord.). Sexualidade, família e religião na colonização do Brasil. Lisboa : Livros Horizonte, 2001. 363 p.

SAINTE-FOY, Charles. São José de Anchieta o apóstolo do Brasil : vida, obra e milagres. Tradução, introdução, notas e apêndices Armando Alexandre dos Santos. São Paulo : Petrus, 2014. 269 p.

SILVA, Siqueira. Confissões da Bahia : 1618-1620. 2. ed. João Pessoa : Idéia, 2011. 334 p.

SILVA, Siqueira. O momento da Inquisição. João Pessoa : Ed. Universitária, 2013. 706 p.

SOUZA, Roberto Acízelo de (Org.). Historiografia da literatura brasileira : textos fundadores : (1825-1888). Rio de Janeiro : Caetés, 2014. 2 v.

TORII, Leonardo da Silva ; CRUZ, Roseane Pantoja da Vera (Org.). Catálogo de documentos manuscritos : período colonial, 1649-1823. Belém : Arquivo Público do Estado do Pará, 2012. 147 p.

WILLIAMS, Greer. The plague killers : untold stories of three great campaigns against disease. New York : C. Scribner’s Sons, c1969. xii,345 p.

Algumas Pesquisas

BARROS, Maria Eugênia de Castro Duque Estrada de (Designer) - Instituto Tecncoarte. Assunto: cana de açúcar , norte fluminense. Finalidade: livro didático.

CALDEIRA, Ana Paula Sampaio (Professora) - PDOC. Assunto: Ramiz Galvão/Biblioteca Nacional. Finalidade: pesquisa para tese de doutorado.

CARMO, Vânia do (Mestranda) - UNIRIO. Assunto: historiografia da Província do Espírito Santo, século XIX. Finalidade: dissertação de mestrado.

CARVALHO, Carlos Antonio Pereira de (Universitário) - UnB. Assunto: economia. Finalidade: pesquisa.

CARVALHO, Philipe Murillo Santana de (Doutorando) - Universidade Federal da Bahia. Assunto: Bahia republicana. Finalidade: doutorado.

COUTINHO, Paula (Museologa) - Instituto Ricardo Brennand. Assunto: Henry Lynch. Finalidade: pesquisa acadêmica.

DORNELLES, Soraia S. (Doutoranda) - UNICAMP. Assunto: história indígena. Finalidade: tese.

FARIAS, Paloma Monnerat de (Arquiteta). Assunto: Rua Camerino. Finalidade: pesquisa.

FERRETTI, Danilo José Zioni (Professor/Pesquisador) - Universidade Federal de São João del Rei. Assunto: romantismo e escravidão. Finalidade: pesquisa de pós-doutorado.

FIORENCIO, José Roberto Leal Ferreira (Engenheiro) - BNDES. Assunto: história do Brasil, meio ambiente. Finalidade: pesquisa.

GIL, Tiago Luís (Professor) - UnB. Assunto: crédito e sociedade colonial. Finalidade: pesquisa.

LIMA, Marina Rodrigues de (Cantora, Produtora Cultural) – SEMPRE N’ATIVA. Assunto: Alberto Nepomuceno. Finalidade: projeto e lançamento de catálogo.

MAESTRI FILHO, Mario José (Historiador) - PPGH UPF, RS. Assunto: Guerra do Paraguai. Finalidade: livro

MAMIGONIAN, Beatriz Gallotti (Historiadora) - UFSC. Assunto: abolição da escravidão e do tráfico de escravos. Finalidade: pesquisa para livro.

MARQUES, Letícia Rosa (Doutoranda) - PUC RS. Assunto: Rio Grande do Sul. Finalidade: doutorado.

MARTINS, Priscila Serejo (Historiadora). Assunto: Bahia, Salvador, eletricidade. Finalidade: publicação.

MORAES, Lana Sato de (Universitária) - UnB. Assunto: Brasil colonial, gênero. Finalidade: pesquisa.

MUNIZ JUNIOR, João (Mestrando) - Faculdade de Ciência e Letras, Campus de Assis, SP. Assunto: obra de Raimundo Magalhães Junior. Finalidade: pesquisa de mestrado.

NASCIMENTO, Carla Silva do (Doutoranda) - UNIRIO. Assunto: crise do Império. Finalidade: pesquisa de doutorado.

OLIVEIRA, Bruna Vieira Gomes de (Mestranda) - UERJ. Assunto: intelectuais e imprensa. Finalidade: dissertação de mestrado.

OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira de (Professora/Pesquisadora) - UNIFESP. Assunto: colônias militares. Finalidade: pesquisa acadêmica - pós doc.

PONSEN, Alexander (Doutorando) - Pennsylvania University, USA. Assunto: impérios espanhol e português, séculos XVI e XVII. Finalidade: tese de mestrado.

RODRIGUES, Dalma Coimbra (Mestranda) - Cândido Mendes – IUPERJ. Assunto: indígenas. Finalidade: mestrado.

SCHVER, Nelson (Advogado) - Nelson Schver Advogados. Assunto: Cabo Frio. Finalidade: pesquisa.

SILVA, Claudia Domingues da (Universitária) - UFRJ. Assunto: mobiliários e leilões do século XIX. Finalidade: pesquisa.

Escrita da História

A percepção e a apercepção do tempo são relativas à própria essência da vida cultural. O conceito se liga intimamente à ideia de evolução. No entanto, talvez percamos de vista o fato de que na história, ao lado da evolução, o elemento estático desempenhou um papel essencial. As grandes épocas da história se caracterizam por alterações extremamente lentas, pela estagnação da produção e da vida social e, por conseguinte, pela tendência a perceber o mundo não em seu devir mas num estado de repouso ou de “eterno retorno”. É possível que certos sábios contemporâneos subestimem esse fator porque pertencem a uma civilização que se desenvolve de maneira tumultuada, obrigando-os a ver o passado através do prisma das alterações.

Vimos que nas sociedades primitivas e nas civilizações antigas, bem como em certos povos não europeus, o conceito de tempo que predominava era não vectorial, mas cíclico, produzido por um outro estilo de vida, por uma concepção particular do mundo, por um tipo de personalidade preponderante na sociedade. As concepções do tempo nesta ou naquela sociedade ou região cultural refletem a cadência da evolução social. O predomínio, na consciência social, do tempo cíclico sobre o tempo linear é condicionado pela relação especifica entre os elementos dinâmicos e os elementos estáticos no processo histórico.

A.Y. Gourevitch, O tempo como problema de história cultural, in Paul Ricouer et allii, As culturas e o tempo, Petropólis, Vozes-Edusp, 1975, p. 283.