Resumo
Esse artigo insere-se em uma pesquisa maior, centrada no estudo de um dos membros mais influentes do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro na passagem do Império para a República: Benjamin Franklin Ramiz Galvão. Aceito como membro do IHGB em 1872, Galvão permaneceu 66 anos dentro do Instituto, mantendo-se bastante atuante em boa parte desse período. Compôs, junto com o Conde de Afonso Celso e Max Fleiüss, a chamada “trindade do Silogeu”, uma espécie de núcleo fundamental, responsável pela condução dos trabalhos dentro da instituição, além de ter ocupado cargos em diversas comissões, dirigido a Revista do IHGB e assumido o papel de orador perpétuo da agremiação. Era, portanto, um especialista em memória: não só porque se dedicava, como acadêmico, à construção da memória nacional, como também pelo empenho na elaboração da sua memória e de seus pares. O tema da memória e, de maneira mais específica, o trabalho de construção memorialística de Ramiz Galvão dentro do IHGB é justamente o nosso objeto de estudo neste artigo. Buscaremos analisar o processo de “enquadramento” da memória de Ramiz Galvão dentro do Instituto, evidenciando a constituição da sua imagem como um legítimo intelectual republicano. Para isso, selecionamos, prioritariamente, algumas das principais homenagens feitas pelo IHGB ao acadêmico entre 1918 e 1946.
Palavras-chave: Ramiz Galvão; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Memória; Biblioteca Nacional.
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Abstract
This article is part of a larger research focused on the study of one of the most influential members of the Brazilian historical and Geographical Institute in the transition period from empire to republic, namely Benjamin Franklin Ramiz Galvão. Accepted as a member of the IHGB in 1872, Galvão served actively at the Institute for 66 years. Together with Count of Afonso Celso and Max Fleiüss, he participated in the socalled “Trinity of the Silogeu”, a sort of fundamental nucleus responsible for conducting the work within the institution He also held positions in various commissions, directed the IHGB Magazine and assumed the role of perpetual speaker of the association. He was, therefore, a specialist in memory, not only because of his devotion as an academic to the construction of the national memory, but also because of his commitment to piecing together his memory and that of his peers. Memory and, more specifically, the memory construction work he carried out within the IHGB is the main object of study in this article. We will try to analyze the process of “framing” Ramiz Galvão ́s memory within the Institute, highlighting the creation of his image as a legitimate republican intellectual. For this, we will focus chiefly on some of the main homages bestowed on him by the IHGB between 1918 and 1946
Key Words: Ramiz Galvão; Brazilian Historical and Geographical Institute; memory; National Library.
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