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Às vezes, mesmo pesquisadores de grande competência e merecido prestígio cometem pequenos equívocos que acabam resultando em erros duráveis de interpretação histórica. Esses erros podem persistir por décadas. São repetidos sem discussão por gerações de seguidores, e sobrevivem até mesmo aos próprios estudiosos que avançaram a falsa teoria, a partir de um banal deslize inicial.


Na pesquisa histórica, isso ocorreu no Brasil em inúmeros casos, devido a leituras apressadas de letras difíceis, erros na atribuição de autorias, confusões com conteúdos e datação de documentos, etc. Essas falhas involuntárias levam muitas vezes a elucubrações que infelizmente só acabam desmentidas após deseducarem muita gente.

Tive a oportunidade de descobrir recentemente, totalmente por acaso, um detalhe que compromete agora uma lenda já solidificada e que eu mesmo nunca pensara em contestar: a ancorada convicção de que d. Pedro II, além de entusiasta da fotografia, era também fotógrafo, ainda que amador ou bissexto.

Existem, por um lado, inúmeros testemunhos de que o imperador se apaixonou cedo pela nova invenção, que descobriu em 1840, aos 14 anos, logo que as primeiras técnicas fotográficas chegaram ao Brasil. D. Pedro comprou na época um aparelho de daguerreótipo, mas não há provas de que o tenha usado pessoalmente.

Também colecionou milhares de imagens, e estimulou os melhores profissionais, concedendo-lhes, inclusive, o cobiçado título de “fotógrafo da Casa Imperial”. Mas, além desses fatos incontestáveis, tem sido também constantemente repetido nos últimos 50 anos que o próprio imperador havia exercido a arte da fotografia.

A explicação dada para a total ausência de imagens originais comprovadamente de sua autoria nas coleções imperiais era de que toda sua obra teria se perdido devido ao “banimento da família Imperial”, nas palavras de um pesquisador. Na verdade, salvo um único autorretrato (com a mão no colete) atribuído a ele, não havia nenhuma outra prova de que d. Pedro II em algum momento tivesse sido fotógrafo.

Essa ideia parece ter tido como única premissa uma afirmação de nosso primeiro e maior historiador da fotografia, Gilberto Ferrez, em sua obra clássica de 1946 (atualizada em 1985), A Fotografia no Brasil. Ferrez comenta: “conhecemos várias fotografias, sendo a mais curiosa uma de sua própria pessoa, no verso da qual ele escreveu em sua letra inconfundível ‘fotografia tirada por mim mesmo’”.

Ferrez nunca chegou a identificar qualquer outra das “várias” fotografias que ele menciona como do imperador e essa “selfie” pré-histórica ficou sendo a única imagem cuja autoria ninguém contestava (apesar de o autorretrato ser na época um exercício tecnicamente complexo até mesmo para profissionais da fotografia). Tive amizade e tenho grande admiração por Ferrez. Li essa observação há quase 40 anos e, por todo esse tempo, nunca me ocorreu que a letra no verso desse autorretrato pudesse não ser a do imperador.

No ano passado, Lauro Escorel pediu-me uma consultoria informal para seu excelente documentário Fotografação, o que, como entusiasta de seu trabalho, aceitei com grande prazer. Foi quando um colaborador seu me mandou por e-mail a célebre imagem de d. Pedro II (cujo original é hoje conservado no Museu Imperial de Petrópolis), juntamente com uma imagem do verso, que eu nunca havia visto, pois nunca havia sido reproduzida.

Nesse verso, aparece uma inscrição a lápis um pouco diferente do que a memória de Ferrez conservara: “Photographia feita por mim em São Christóvão” em vez de “Fotografia tirada por mim mesmo”. Para minha total surpresa, identifiquei imediatamente na anotação a letra da princesa Isabel! Portanto, se a letra não era de Pedro II, desaparecia assim a única prova de que o imperador teria ele mesmo manuseado um aparelho fotográfico...

Uma carta da princesa Isabel confirma a semelhança inequívoca do P e C maiúsculos da anotação e indica outras características comuns com a letra no verso da fotografia, que Ferrez acreditava ser de Pedro II. O dito “autorretrato do imperador” foi executado em calotipia, técnica empregada no Brasil até 1861. Foi datado por Ferrez e outros especialistas, em virtude do uso dessa técnica, por volta de 1855. Em função da idade aparente do imperador, a data pode ser hoje situada entre 1855 e 1861. Nesse período, Isabel era uma pré-adolescente que, apesar da pouca idade, herdara algo da curiosidade de seu pai.

Muito protegida, seu mundo limitava-se às residências da nobreza, mas a menina acompanhava havia vários anos a atividade intensa de fotógrafos como Revert Klumb, que era não apenas retratista, mas também documentava os interiores dos palácios e o dia a dia da Casa Imperial. Gilberto Ferrez indica inclusive que Klumb teria dado aulas de fotografia à jovem Isabel. O que de mais natural então que a princesa tivesse escolhido seu pai como modelo para brincar de retratista com o aparelho de seu professor? Ao reencontrar o original dessa imagem, talvez dez, vinte ou trinta anos mais tarde, Isabel, já adulta, reconheceu sua autoria infantil e fez uma anotação para sua própria lembrança: “Fotografia feita por mim em São Cristóvão”.

A letra da princesa variou ao longo de sua vida, mas sua anotação no verso da fotografia apresenta todas as características de sua caligrafia espontânea, que amadurece a partir de 1865/1870 (em cartas formais, sua letra era mais aplicada). Nunca se poderá afirmar que o imperador, com sua imensa inquietude intelectual, não tenha brincado em algum momento de fotógrafo com alguma câmera adquirida pela Casa Imperial ou emprestada pelos fotógrafos que a frequentavam. Mas o fato de não ter sido identificada até hoje nenhuma peça de sua produção é claramente indicativo de que, se algum dia executou alguma foto, não lhe deu grande importância e tampouco alguém se preocupou em registrar sua autoria, como seria natural.

A coleção de fotografia da princesa Isabel e do conde d’Eu, formada por mais de 1 mil originais, foi reencontrada há apenas 12 anos e seria de se esperar que pudesse revelar alguma imagem da lavra do imperador. Mas, apesar de a coleção inteira ter sido publicada em livro, nenhuma das novas fotografias pôde ser atribuída a Pedro II por qualquer especialista.

Depois de mortos todos os envolvidos, Klumb, o imperador e a princesa Isabel, bastou um retrato de d. Pedro II anotado a lápis no verso ser reencontrado quase 90 anos depois de tirado e um grande pesquisador identificar por engano no verso a letra do imperador para se criar uma lenda que perdurou por mais de meio século, até perder agora sua sustentação.

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