Nasceu em Jundiaí, SP, em 6 de março de 1868, e faleceu em São Paulo, em 3 de julho de 1962.

Estudou as primeiras letras na cidade natal. Menino ainda, em 1880, trabalhou como agente-auxiliar do Correio. Por um feliz acaso, encontrou, no prédio da Prefeitura, uma coleção de livros abandonados. Leu-os, daí surgindo a idéia de fundar um Gabinete de Leitura, o que fez em 1882, quando trocou o trabalho na agência do Correio pela função de secretário de José de Queiroz Telles. Com o apoio deste prestigioso intelectual, conseguiu atrair para o seu projeto as pessoas cultas da cidade, alcançando mais de 40 sócios.

Sentindo a necessidade de maiores conhecimentos, o jovem partiu para a capital do Estado, matriculou-se na Escola Normal e, após curso brilhante, formou-se professor em 1887. No ano seguinte, fundou a Revista dos Novos, em que colaboraram nomes importantes de nossas letras. Foi então que José Feliciano, que antes já publicara em jornais alguns trabalhos, começou a ser conhecido, através, principalmente, de estudos sobre o balão de Júlio César Ribeiro de Sousa e sobre Sarah Bernhardt. Da Revista dos Novos, que durou um ano, passou a escrever para A Redençao e Procelária, mostrando-se como abolicionista e republicano.

Vencedor de concurso para uma cadeira do ensino público, foi preterido por motivos políticos, um deles o fato de ser positivista. Levantou polêmica pela imprensa e, quando ascendeu à presidência da Província o ilustre general Couto de Magalhães, este lhe fez a devida justiça. Lecionando e escrevendo na imprensa, realizou campanhas em prol da educação popular e, com o auxÍlio de um intendente municipal, criou três escolas para operários.

Frequentador de bibliotecas e arquivos, ao mesmo tempo escrevia artigos de grande repercussão, entre os quais alguns sobre vultos históricos como José Bonifácio e Benjamim Constant. Ao ser suprimida sua cadeira de Astronomia na Escola Normal, resolveu expatriar-se, deixando o Brasil em 1911. Viveu em Paris durante mais de 40 anos, nunca, porém, renegando a pátria e venerando sempre a bandeira brasileira. Colaborou em O Estado de S. Paulo. Em 1951, em visita ao Brasil, frequentou sessões do IHGB, do qual fora eleito correspondente em 19 de fevereiro de 1904. Retornou em definitivo ao Brasil em 1958, tendo seu último livro, Le Positivisme Religieux, publicado em 1957.

Outras obras: O descobrimento do Brasil – Apontamentos sobre os Índios Cherentes – Cometas, Estrelas Cadentes e Bólidos – O Balão Júlio César e a Direção dos Balões –A “Revolução dos Jovens Turcos” – O Cometa de Halley.