Resumo
Como participante do Núcleo de História da Ciência da USP, em 1981, cuja principal meta era a elaboração de uma história social da ciência no Brasil, motivado pelo coordenador do núcleo, professor Shozo Motoyama, decidi analisar a evolução da Astronomia no Brasil. Comecei pela “questão do meridiano” que deu origem a uma polêmica que envolveu toda a comunidade científica quase toda a metade do século XIX e início do século XX. Com esse objetivo iniciei o estudo das atividades dos astrônomos portugueses no Brasil, em 1781, cujas determinações das coordenadas geográficas do território brasileiro foram extremamente precisas para a época. A valorização dessas determinações é colocada em evidência ao analisar os trabalhos efetuados em meados do século XIX, pelo astrônomo francês Amédée-Ernestarthélémy Mouchez (1821-1892), que detectou um erro de 33 segundos na latitude geográfica do Rio de Janeiro determinada pelo astrônomo francês Emmanuel Liais e pelo brasileiro Antônio Manuel de Mello, ambos diretores do Imperial Observatório do Rio de Janeiro. De fato, as determinações de Mouchez (1860) coincidem com as de Sanches Dorta (1781) e diferem das de Liais e Melo (1858). A razão estava com Mouchez e Dorta, como se verificaria, mais tarde, pelas determinações de longitude, e latitude, efetuadas pelos norte-americanos Green e Davis (1878).
Palavras-chave: Astronomia no Brasil; questão do meridiano; astrônomo; astrônomos portugueses no Brasil; Shozo Motoyama; Mouchez; Emmanuel Liais; Antônio Manuel de Mello; Imperial Observatório do Rio de Janeiro; Sanches Dorta; longitude; latitude.
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Abstract
In 1981, as a member of the Núcleo de História e Ciência at the USP (University of São Paulo) whose main objective was to elaborate a social history of science in Brazil and motivated by the Nucleo coordinator, Professor Shozo Motoyama, I decided to analyze the evolution of As- tronomy in Brazil. I started with the “meridian question”, which caused a controversial debate involving the entire scientific community for almost half of the Nineteenth and early Twentieth centuries. With that in mind, I began by studying the activities of Portuguese astronomers in Brazil in 1781, whose settings of geographical coordinators in the country were very precise for that time. The value of those determinants is more evident when one analyzes the work of French astronomer, Amédée-Ernest-Barthélemy Mouchez (1821-1892), in the middle of the Nineteenth century; he detected an error of 33 seconds in the geographical latitude of Rio de Janeiro, as determined by French astronomer, Emmanuel Liais, and by Antonio Manuel de Mello, Brazilian, both of them Directors of the Imperial Observatory of Rio de Janeiro. In fact, Mouchez’s calculations (1860) coincide with those of Sanches Dorta (1781) and differ from those of Liais and Mello (1858). Mouchez and Dorta were right as was later confirmed by the settings of longitude and latitude made by the North Americans, Green and Davis (1878).
Key Words: Astronomy in Brazil; “meridian question”; Astronomer; Portuguese astronomers in Brazil; Shozo Motoyama; Mouchez; Emmanuel Liais; Antonio Manuel de Mello; Imperial Observatory of Rio de Janeiro; Sanches Dorta; longitude; latitude.
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