Resumo
aEsta reflexão tem por objetivo demonstrar como o exercício do trabalho intelectual – sobretudo como historiador e jornalista – foi para Joaquim Nabuco um refinado recurso de atuação política. Nesse sentido, sinaliza o diálogo entre suas obras – A Escravidão (1870), O Abolicionismo(1883), Um Estadista do Império (1897) e Minha Formação (1900) – com questões políticas contemporâneas como a defesa da abolição do cativeiro, da causa monárquica e, especialmente, com a condenação das “revoluções jacobinas” na Europa e no Brasil. E conclui que a argumentação do político-historiador reiterou, de forma cada vez mais acentuada, um mesmo princípio – “reforma contra revolução”. Reiterou também convicções liberais aristocráticas espelhadas na política inglesa moderna e em orientações deterministas apreendidas de Hip- polyte Taine. Dentre estas convicções destacamse a recusa da tirania dos soberanos, dos ditadores e das massas e a necessidade de estadistas na condução de sociedades inorgânicas como as sul-americanas em geral e a brasileira, do final do século XIX, em particular.a
Palavras-chave: Escravidão, Revolução, Império.
|
Abstract
This paper seeks to demonstrate how the practice of intellectual work – mainly as historian and politician – was for Joaquim Nabuco a refined instrument for political action. This is true in the dialogue among his writings - A Escravidão (1870), O Abolicionismo (1883), Um Estadista do Império (1897) and Minha Formação (1900) – and contemporary political issues, such as the defense of the abolition of slavery, of the monarchy and, especially, the condemnation of “Jacobinian Revolutions” in Europe and in Brazil. The conclusion is that the arguments of the politician/historian strongly reiterate only one principle –“counter-revolution reform”. They also reiterate liberal convictions of the aristocracy mirrored in British modern politics and in deterministic directions assimilated from Hippolyte Taine. Among those convictions, a few stand out: rejection of the tyranny of sovereigns, dictators and the masses, and the need for statesmen to lead unorganized societies, such as those in South America in general, and in Brazil at the end of the Nineteenth century, in particular.
Key Words: Slavery, Revolution, Empire.
|