Resumo
Em 1937 foi publicado um projeto de reforma prisional para a então capital do Brasil, denominado Cidade Penitenciária do Rio de Janeiro. Do ponto de vista arquitetônico, a “cidade” não apresentava diferenças significativas com outras prisões da época, nem se apresentava como espécie de projeto de urbanização. A proposta do seu autor, o arquiteto Adelardo Caiuby, valeu-se de sua experiência como criador do Leprosário Modelo de São Paulo (1918), cuja ideia principal consistia em permitir que os internos, há muito tempo no hospital, levassem uma vida parecida com a que tinham fora do isolamento. Essa ideia –em teoria– foi o que Caiuby tentou transferir para a esfera das prisões, embora o tenha feito com um desenho arquitetônico distante do pretendido. Neste trabalho, procuraremos aprofundar os significados da metáfora da cidade que alguns agentes estatais julgavam adequadas para resolver os problemas do encarceramento. Como eram as condições das prisões do Distrito Federal em 1930? Quem foram os encarregados de buscar soluções? Que experiências tinham? Qual a proposta concreta de funcionamento para esta cidade? Em que se diferenciava das demais prisões existentes? São algumas das perguntas que guiam este artigo.
Palavras-chave: Cidade Penitenciária; Rio de Janeiro; reforma penitenciária; Estado Novo; metáforas carcerárias.
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Abstract
In 1937, a prison reform project called Cidade Penitenciária do Rio de Janeiro was published for the then capital of Brazil. From the architectural point of view, the “prison city” did not present significant differences from other prisons of the time. Nor was it presented as a kind of urbanization project. The proposal of its author, the architect Adelardo Caiuby, drew on his experience as the creator of the Model Leprosarium of São Paulo (1918), whose main idea was to allow long-time inmates in the hospital to lead a life similar to the one they had out of isolation. In theory, Caiuby tried to transfer this idea to the penitentiary sphere, although he did it with a traditional architectural prison design. In the article, we delve into the meanings of the metaphor of the city that some state agents deemed adequate to solve the problems of incarceration. What were prison conditions like in the Federal District in 1930? Who were the agents in charge of seeking solutions? What experiences did they have? What was the specific operating proposal for this city? How did it differ from other existing prisons? These are some of the questions raised in the article. It different from other existing prisons? These are some of the questions that guide this work.
Key Words: Penitentiary City, Rio de Janeiro, prison reform, Estado Novo, prison metaphors.
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